300x250 AD TOP

sábado, 24 de maio de 2014

Encontrado em: , ,

Trânsito - Coloque-se no lugar de um deficiente no trânsito



Pegue dois pacotes de 5 quilos de arroz e amarre um em cada tornozelo. Pegue dois pacotes de 2 quilos de feijão e amarre um em cada braço. Agora pegue um pedaço de tecido cinza, vende seus olhos, comece a caminhar pela cidade e experimente como é ser um pedestre com mobilidade reduzida.

Tente andar pelas calçadas desniveladas, esburacadas e estreitas. Experimente aqueles trechos onde a calçada termina e você tem que se expor na pista de rolamento tentando se proteger da “fina” dos veículos. Mas, cuidado com as poças d’água, com a lama e com o que pode ter de perigos escondidos no capim alto.

Se preferir, esqueça-se que tem pernas saudáveis ou imagine que seja amputado. Sente-se na cadeira de rodas e tente fazer coisas que muitos deficientes fazem no dia a dia: sair da cadeira de rodas para o banco do motorista, atravessar a faixa de pedestres, tentar se deslocar pelas calçadas, nos prolongamentos sem rebaixamento, ou quem sabe acessar alguns prédios públicos e privados.

Experimente a sensação de ter um veículo estacionado na vaga preferencial ou bem em cima da sinalização de espaço reservado para a manobra com a cadeira de rodas. E tente não ficar indignado e com raiva mesmo se ficar trancado ali até que o ladrão de mobilidade que nunca precisou dessa vaga resolva voltar.

Não esqueça de tentar entrar no ônibus também para sentir na pele a cara de impaciência de alguns passageiros ou ouvir a buzina do motorista de trás porque o coletivo está demorando muito para sair.

Faça melhor: vende bem os olhos, pegue uma bengala branca e tente se locomover como um cego. Quando der com a cabeça ou qualquer outra parte do corpo num obstáculo procure não ficar indignado. E se você tiver escolhido um tecido que dê um pouquinho de visão, tente não se sentir ofendido e desrespeitado quando alguém gritar: “anda, seu molóide” e principalmente se perguntarem: “tá cego?”. Sim, porque a baixa visão também é considerada cegueira.

Essas são algumas estratégias e recursos simples que utilizo desde 2010 em minhas palestras com dinâmicas de grupo e que fazem muita gente repensar seus conceitos e seus comportamentos no trânsito.

Estratégias que fazem cada um repensar a sua ignorância, a sua arrogância, o seu egoísmo e falta de humanidade no trânsito. Fazem repensar a própria hipocrisia.

Muitas pessoas tem aquela mania de tentar justificar qualquer coisa que tenham feito de errado com aquele papo de “coloque-se no meu lugar”. Pelas redes sociais até circulam e se compartilham postagens em que as mensagens dizem: “antes de me julgar, calce minhas sandálias, vista minha roupa, caminhe por onde eu caminhei e ainda caminho para sentir na pele o que eu passo.”

Mas, no dia a dia, e principalmente no trânsito, as pessoas são hipócritas: continuam julgando, não calçam as sandálias do outro, não se colocam no lugar do outro, não experimentam as dificuldades de mobilidade de um cego, de um cadeirante, de uma pessoa com muletas. Não caminham por onde elas caminham, tampouco sentem na pele o que o outro sente e passa.

Não sentem na pele a dor da humilhação de um deficiente que é xingado e ainda culpado pelo acidente provocado pela pressa, pela arrogância, pela ignorância que exerce na vida e no trânsito.

Se as pessoas se colocassem no lugar do outro de verdade do mesmo modo que imploram para que o outro se coloque no lugar delas, não ocupariam vagas de deficientes nos supermercados, nos shoppings, na feira, em via pública ou em qualquer outro lugar.

Se muitas pessoas não fossem hipócritas não fariam de conta que estão dormindo, se levantariam e cederiam, por respeito, por humanidade e por direito, o assento preferencial nos ônibus, nas repartições públicas e em qualquer outro lugar.

Esse artigo me faz lembrar de uma senhora com cara de gente boa que me mandou procurar o que fazer e “parar de encher o saco” quando solicitei que ela retirasse seu carro de uma vaga preferencial no Big e colocasse em outra dentre as muitas mais distantes da porta de acesso que havia no supermercado.

Tomara que essa senhora leia o Blog Todo Dia Blumenau para saber que as vagas preferenciais são propositalmente pertinho da porta de acesso justamente para tentar diminuir as dificuldades dos deficientes.

Tomara que ela assista televisão, ouça rádio e acompanhe as notícias do Maio Amarelo para lembrar bem da minha voz e do pedido que constantemente faço: não roube a mobilidade de quem já não tem.

Quem sabe assim, essa senhora e tantos outros senhores e senhoras com cara de gente boa deixem de ser hipócritas e comecem, assim como tantos outros, a se colocar no lugar de deficientes, cadeirantes e outros com mobilidade reduzida e exerçam a sua humanidade e cidadania. Afinal, quem vê cara, não vê coração.

Ah! E antes de pedir para que o outro se coloque no seu lugar e entenda as suas dificuldades, seja o primeiro a se colocar no lugar do outro e a não fazer que não gostaria que fizessem com você. Na vida e no trânsito.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Encontrado em: , ,

Política - Aprovado o projeto que reajusta o salário dos servidores públicos de Blumenau em 5,82%


Por Câmara Municipal de Blumenau



Os vereadores aprovaram, na sessão desta quinta-feira (22), Projeto de Lei Complementar Nº 1.354, de autoria do Executivo, que autoriza a concessão de reajuste salarial aos servidores públicos municipais de Blumenau. Foram nove votos a favor da proposta, que concede o reajuste de 5,82% correspondente à variação acumulada do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no período compreendido entre maio/2013 e abril/2014.

O projeto também reajusta em 11,53% o valor do vale-alimentação dos servidores ativos do Poder Executivo, das suas autarquias e fundações públicas, por dia trabalhado.

Rejeitaram a matéria os petistas Adriano Pereira e Jefferson Forest, os peessedistas Marcelo Lanzarin e Antônio Veneza, além do vereador Ivan Naatz (PDT). O presidente da Câmara, Vanderlei de Oliveira (PT), vota somente em caso de empate.

Inicialmente, a matéria recebeu duas emendas, mas o vereador Ivan Naatz pediu a retirada da sua proposta, que autorizava o Executivo a conceder aumento por categoria diferenciada. A outra emenda, de autoria do presidente Vanderlei de Oliveira, foi aprovada e estendeu o reajuste aos servidores da Câmara Municipal de Vereadores.

Diretores do Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau (Sintraseb) ocuparam a tribuna pedindo a rejeição da proposta. Os representantes da categoria estão em greve desde quarta-feira (21) e declararam que com a aprovação do projeto a paralisação dos servidores públicos continuará.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Encontrado em: , ,

Sociedade - As cotas e o Apartheid Tupiniquim


Por Gustavo Melo / Arquivo JusBrasil

Do seu descobrimento até o Império, o Brasil tratava sua população negra como escravos, ou seja, seres inferiores que tinham como função apenas servir aos seus senhores. Não tinham Direitos, apenas deveres, e muitos deveres. Eram instalados em senzalas e como se não bastasse eram amarrados ao tronco para levar chicotadas em caso de rebeldia. Alguns barões da época tinham boa vontade e assinavam uma "carta de alforria" para que este negro pudesse ter para si uma vida mais digna, podendo trabalhar com um salário e poder pagar as suas contas.

Finalmente, em 13 de maio de 1888, um sábado, a Princesa Isabel, tomou a melhor decisão que nem seus antepassados tinham coragem de tomar: assinar a Lei Áurea, permitindo assim que todos os negros em absoluto vivessem em liberdade, garantindo os mesmos direitos e deveres que os brancos tinham, tratando-os como pessoas de plena capacidade para produzir e prosperar.

Infelizmente, o preconceito não parou por aí. Mesmo após a Proclamação da República, muitas pessoas de diversas classes sociais consideravam um absurdo que um negro pudesse assumir uma vida normal como qualquer outra pessoa.

Nos tempos atuais, após um século e 1/4 desde a assinatura, mudanças de posturas vêm ocorrendo no Brasil, não a partir dos cidadãos comuns, mas sim dos nossos próprios governantes. É o que eu chamo agora de "subestimação racial".

Sim, pois agora a capacidade de uma pessoa ingressar numa faculdade ou em um cargo ou função pública está diretamente ligada à quantidade de melanina que ela possuir. Em uma linguagem mais informal, o que os parlamentares têm defendido é "Quanto mais negro, mais burro, e por ele ser burro, precisamos fazer cotas para os coitadinhos, se não eles nunca serão aprovados nos exames.

Existem tantos negros inteligentes em nossa geração, dotadas de uma sabedoria ímpar, como o nosso Nobre Ministro do STF Joaquim Barbosa, o saudoso cantor Jair Rodrigues, a talentosa atriz Taís Araújo, entre tantos outros nomes conhecidos. Agora olhe pense nessas pessoas e diga se elas precisaram de cotas para subir na vida.

Hoje, 20 de maio de 2014, o Senado aprovou um texto que institui cotas em concursos públicos federais para negros de 20% apenas por estes serem negros. Esses parlamentares só podem ter faltado às aulas de Biologia. Ou seja, estamos diante de um novo apartheid no Brasil, onde ser negro agora é mérito e ser branco é uma lástima, estimulando assim o ódio racial numa terra onde todos deveriam se tratar como simplesmente humanos. Bem, às vezes, ser daltônico não seria tão ruim assim.


Imagens: Reprodução

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Encontrado em: , ,

Sociedade - Quem compartilha conteúdo falso no Facebook está cometendo um crime.


Por Leonardo Araujo - adNews / Arquivo Tribuna da Bahia

O episódio de um linchamento no Guarujá chocou o Brasil. O estopim para o ato surgiu depois de um boato nascido na internet, especificamente no Facebook.

O Adnews ouviu Gisele Truzzi, advogada especialista em Direito Digital, sócia-proprietária de Truzzi Advogados, para saber quais consequências o compartilhamento de algo inverídico pode trazer a um internauta.

Segundo Gisele, é bom lembrar que a liberdade de expressão é um direito constitucional; porém, não podemos fazer uso dessa garantia para ferir direitos alheios.

"Ao nos expressarmos, seja pessoalmente ou através da internet, somos responsáveis pelo que dizemos e devemos arcar com as consequências. Sendo assim, uma publicação falsa ou ofensiva na internet pode atingir terceiros, configurando crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria). Ao compartilhar uma informação falsa ou ofensiva, aquele que compartilha está aumentando a amplitude do fato, e, portanto, também contribui para a prática do crime em questão", explica a advogada.

Gisele lembra que no fim de 2013, em decisão inédita, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 20 mil. A decisão foi direcionada a duas mulheres que compartilharam mensagens ofensivas em rede social, denegrindo ainda mais a imagem do ofendido.

No caso de Guarujá, a advogada esclarece que os usuários da rede social vincularam o retrato falado à vítima do linchamento e replicaram o conteúdo inverídico sem apurar os fatos, já a acusando falsamente de um crime, o que configura a prática de calúnia.

"Compartilhar conteúdo falso ou ofensivo pode ensejar a responsabilização dos usuários nas esferas cível e criminal. A responsabilidade civil decorre dos danos morais e materiais sofridos pela vítima, tais como: reputação negativa perante a sociedade, sofrimento psicológico decorrente do fato, dificuldade em encontrar trabalho e fechar negócios, etc.", analisa.

Já a responsabilidade criminal, segue Gisele, visa punir o indivíduo pelo crime praticado. Como a calúnia, a injúria e a difamação são crimes cuja pena é de detenção, este tipo de caso é da alçada do JECrim – Juizado Especial Criminal, e ao final, cumpridos alguns requisitos, o ofensor poderá fazer a “transação penal”, recebendo uma pena chamada “alternativa”, que poderá constituir na prestação de serviços comunitários, pagamento/doação de cestas básicas, etc.

"Portanto, deve-se ter muito cuidado ao compartilhar informações via internet, para evitar a disseminação de fatos inverídicos ou ofensivos", finaliza.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Encontrado em: ,

Poesia - Estrela da manhã


No crepúsculo da lua,
Há um silêncio nos invadindo,
Aflora nossa imagem crua,
Mas nosso interior está sorrindo.

Pois uma paz calma e serena,
Preenche nosso amanhecer,
Engrandecendo nossa alma pequena,
Iluminando nosso ser!

Pois se fora a sombra da noite,
E toda lembrança escura,
Livramos-nos de todo açoite
E nossa imagem é mais pura.

Porque na nossa vida temporã
Buscamos muitos amores,
Mas na Estrela da manhã,
Encontramos Deus em cores!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Encontrado em: , ,

Literatura - A Tríade Distópica – Parte 2: “Laranja Mecânica”


Juntamente com 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, Laranja Mecânica, de Anthony Burgess é a obra literária que fecha a Tríade Distópica, são romances ambientados num futuro não muito distante das épocas em que foram escritos e que criticam a alienação, o totalitarismo e as formas de controle social. Se na parte 1 desta série vimos a obra distópica mais impactante (clique aqui para ler o artigo sobre o livro “1984”), agora nos focaremos naquela que é a mais famosa, fama em grande parte advinda da excelente adaptação cinematográfica do mestre Stanley Kubrick.

Apesar deste artigo fazer alguns paralelos e utilizar imagens da película, não é seu objetivo analisar o filme, mas o romance originalmente lançado em 1962.
Anthony Burgess não era um escritor de sucesso e nos idos de 1959 foi diagnosticado com um tumor cerebral, a partir deste ponto, com o objetivo de deixar algum dinheiro para sua esposa, ele escreveu como se não houvesse amanhã (literalmente) e em menos de um ano tinha seis obras completas, sendo que uma delas viria a se tornar um clássico, mesmo que tenha sido largamente conhecida somente dez anos depois, após o lançamento do filme de Kubrick. Felizmente, Burgess pode desfrutar do sucesso e dinheiro, pois o diagnóstico se mostrou errado e o tumor nem sequer existia.

O que seria mais bizarro que uma laranja mecânica? Segundo Burgess, trata-se de uma expressão londrina que significa estranheza, uma extravagância tão grande que subverte a natureza, afinal, o que seria tão estranho quanto uma fruta recheada por engrenagens? Estranheza que o leitor experiência logo no início do primeiro dos vinte e um capítulos, todos eles narrados em primeira pessoa pelo protagonista Alex, que emprega certas expressões em seu vocabulário, que até então eram desconhecidas por todos, trata-se do vocabulário Nadsat, que Burgess criou misturando inglês, russo e gírias londrinas. A ideia era que houvesse uma linguagem utilizada pelas gangues juvenis retratadas na obra, mas ele não poderia utilizar as gírias da época, pois além de datar o romance, entrariam em contradição com a época futura em que a história é narrada.

As edições brasileiras trazem um glossário da linguagem nadsat no final do livro, mas há uma nota informando que caso o leitor queira experimentar a estranheza que os leitores britânicos tiveram (e ainda tem, pois segundo uma pesquisa que fiz não há glossário mesmo nas atuais edições britânicas), recomenda-se que o leitor mergulhe diretamente na narrativa e descubra o mundo de Alex da maneira que o autor concebeu, algo mais ou menos assim: “Então ele agarrou com força a devotchka, que ainda estava krikikrikando num compasso quatro por quatro muito horrorshow, prendendo os rukas dela por trás e grudis muito horrorshow exibindo seus glazis rozas”.

Capas das Edições Brasileiras

Os vinte e um capítulos narrados em primeira pessoa pelo anti-herói Alex, que no filme de Kubrick se chama Alex DeLarge (numa referência a Alexandre, O Grande), são divididos em três partes distintas. A primeira delas narra a saga de ultraviolência de Alex e seus druguis, enquanto bebem moloko com vellocet e itiam pela cidade em busca de veshkas horrorshow até que Alex termina por ubivatar uma babushka e acaba indo parar na cadeia. A segunda parte mostra a rotina de Alex como um pleni até que aceita participar do Tratamento Ludovico, uma espécie de terapia por aversão em que Alex é drogado para sentir náuseas enquanto é obrigado a videar filmes de ultraviolência, bitvas e outras barbáries. O tratamento termina com Alex incapaz de cometer qualquer ato violento, mas não por opção do individuo e sim por uma imposição física, ou seja, Alex perde o livre-arbítrio. A terceira e última parte narra a reintegração de Alex à sociedade, quando seus pais não o querem mais em sua domi, ele é hostilizado por seus antigos druguis e utilizado como meio de propaganda tanto pelo governo como pela oposição.

Alex e seus druguis no Korova Milk Bar tomando moloko vellocet antes de uma noite de ultraviolência

O capítulo vinte e um do livro, que narra uma espécie de redenção do protagonista, foi originalmente omitido das edições americanas e da adaptação cinematográfica de Kubrick, deixando um final mais aberto e sombrio, quando Alex devaneia numa cena orgiástica e se declara curado do Tratamento Ludovico. Pessoalmente prefiro a versão completa, mas a visão dada por Kubrick em seu filme também é muito horrorshow.

A cena final de Kubrick, que teve de ser filmada 74 vezes até ficar perfeita

 Diferentemente de 1984 e Admirável Mundo Novo, neste romance não ficamos conhecendo todas as engrenagens de um sistema que oprime o indivíduo, mas temos uma abordagem mais pessoal daquele que foi a cobaia inicial para que se instaure um governo opressor baseado no medo. Enquanto 1984 e Admirável Mundo Novo são distopias disfarçadas de utopias, em Laranja Mecânica temos um cenário distópico de extrema violência juvenil e insegurança, que serve como artifício para que um grupo político imponha seus ideais, ou seja, é o começo de tudo, foi assim que os grandes regimes totalitários do século XX se instauraram e é assim que medidas cada vez mais restritivas e opressoras vem ganhando popularidade atualmente. O romance de Burgess tem como tema central a perda da liberdade em pról de um bem maior, porém esse suposto bem maior não passa de uma falácia, assim como no Brasil há quem defenda a volta da ditadura militar e nos EUA os membros do Tea Party clamam por medidas de segurança que invadam as liberdades individuais, o partido de ocasião em Laranja Mecânica propunha uma medida que eliminava a violência não por meio da educação e pelo provimento de oportunidades aos cidadãos, mas pela zumbificação dos indivíduos propensos à violência. Isso não é uma solução, é apenas o início de uma distopia, afinal, uma pessoa sem liberdade é algo tão bizarro quanto uma laranja mecânica.

Glossário das expressões nadsat utilizadas neste artigo:

Babushka - Velha
Bitva – Luta, Batalha
Devotchka - Garota
Domi - Casa
Drugui - Amigo
Glazi – Olho, Mamilo
Grudis - Seios
Horrorshow – Ótimo, Excelente, Legal
Krikikrikando - Gritando
Moloko - Leite
Pleni - Prisioneiro
Ruka – Mão ou Braço
Ubivatar - Matar
Ultraviolência - Estupro
Vellocet – um tipo de Droga
Veshka - Coisa
Videar – Assistir, Observar


Clique aqui e veja o glossário de expressões nadsat completo da edição brasileira.

domingo, 18 de maio de 2014

Encontrado em: , , ,

Trânsito - Blumenau se pintou de amarelo!


Cerca de 15 mil laços amarelos (fitilhos), 20 mil panfletos e 5 mil adesivos distribuídos. Só no 1ª dia de Maio Amarelo, que começou com a Festa do Trabalhador, na Vila Germânica, foram realizados 900 atendimentos e 50 questionários aplicados. No Super Sábado foram 17 entidades envolvidas, 72 voluntários, 500 flores distribuídas, 1.000 panfletos entregues, 300 atendimentos avulsos, 400 prestações de serviços a comunidade.

Até o momento, foram distribuídos 60 Códigos de Trânsito Brasileiro e realizadas ações educativas e preventivas ao álcool e direção em bares e lanchonetes de Blumenau. Voluntariamente, 40 pessoas sopraram os bafômetros descartáveis. Destas, apenas 5 estavam aptas para dirigir até aquele momento; 28 teriam cometido a infração de trânsito ao artigo 165 do CTB e os demais teriam cometido crime de trânsito se fossem dirigir em via pública. Até o final de maio, terão sido distribuídos mais de 200 exemplares do Código de Trânsito Brasileiro e mais de 400 abordagens educativas e preventivas de trânsito com bafômetros descartáveis em Blumenau e municípios vizinhos.

Os materiais ainda estão chegando e serão distribuídos em ações parceiras com especialistas, instrutores de trânsito, Escola Pública de Trânsito, e como não somos fominhas e a luta por um trânsito seguro depende de ações compartilhadas, parte desses códigos e bafômetros também irão para Balneário Camboriú, Timbó e Indaial.

Durante um mês inteiro, Blumenau se pintou de amarelo, a cor da advertência e da atenção pela vida no trânsito. Fomos para as ruas, fizemos panfletagens educativas, abordamos motoristas, pedestres, ciclistas e motociclistas. Nos bares e lanchonetes, as pessoas entraram na brincadeira dos bafômetros descartáveis e foram orientadas, aprenderam a diferenciar entre infração de trânsito e crime de trânsito e foram convidadas a refletir sobre as consequências de beber e dirigir.

Muitas, sabemos, toparam a brincadeira com leveza, ouviram atentamente as explicações e alertas, mas foram para casa dirigindo depois de beber. Fizemos a nossa parte semeando conscientização e segurança no trânsito. Se o solo é bom, aí são outros quinhentos.

Mas, essas ações diferenciadas voltadas para a prevenção de acidentes só foram possíveis porque o Ministério das Cidades, DENATRAN e Pacto Nacional pela Redução de Acidentes (Parada pela Vida), enviou (e ainda está enviando) à coordenação do Maio Amarelo os bafômetros descartáveis e exemplares do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para intensificarmos a maior parte das abordagens até o final de maio.

Nunca os gestores que estão no topo da coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito estiveram tão perto e tão parceiros de Blumenau quanto no Maio Amarelo e isso também é motivo para se comemorar. Leia-se Ministério das Cidades/DENATRAN/Pacto Nacional Pela Redução de Acidentes (Parada Pela Vida).

Chamar a atenção da sociedade para o alto número de mortos, feridos e sequelados permanentes no trânsito de todo o mundo. Essa é a proposta do movimento internacional Maio Amarelo, que nasceu no Brasil no mês de março e se espalhou por 178 países como o Yellow May. O símbolo do movimento é um fitilho amarelo, a cor da advertência no trânsito e o objetivo é mobilizar toda a sociedade organizada em torno da acidentalidade e morbimortalidade no trânsito para um debate sério e engajar-se em ações locais coordenadas, preventivas e educativas.

Maio é o mês em que a ONU decretou a Década de Ações para a Segurança no Trânsito (2011-2020) e também o mês em que se realiza anualmente a Semana Mundial de Segurança do Pedestre. Lembrando que a cada 7 minutos um pedestre é atropelado no Brasil e a cada 22 minutos uma pessoa perde a vida no trânsito.

Blumenau é hoje e vai fechar o mês de maio como o município brasileiro com o calendário de eventos e ações educativas e preventivas mais completo do Brasil. Tivemos pouco tempo para organizar tudo, poderíamos ter mais parcerias e mais patrocínios, mas ainda assim sobram motivos para comemorar.

Não está sendo fácil para os voluntários como eu, profissional liberal, que também estou na coordenação local e estadual do Maio Amarelo, conciliar a agenda profissional, familiar, acadêmica, sair correndo atrás de patrocínios e, muitas vezes, ter que tirar dinheiro do bolso para que muitas ações programadas sejam levadas adiante. Mas, a causa pela vida no trânsito é humanitária e todo o esforço se justifica.

Dificuldades à parte, principalmente quando um movimento como este nasce da sociedade organizada em parceria com o poder público, mais do que o esforço bem sucedido do voluntariado, isso mostra que o blumenauense quer ser incluído em campanhas educativas e preventivas para a segurança no trânsito. A população de Blumenau, tão acostumada a ser esquecida das ações educativas e preventivas de trânsito, até pelo pouco investimento e falta de efetivo para a educação no trânsito, se viu participante como nunca!

Outro marco importante foi a realização da campanha educativa Faixa de Segurança: a melhor amiga do pedestre, por iniciativa do poder público. A última tinha sido em 2008. Mas, nada se compara à inédita mobilização e engajamento da sociedade organizada no Maio Amarelo, na III Semana Mundial de Segurança do Pedestre (6 a 13 de maio) e Campanha Paz no Trânsito: faça a sua parte!

Para quem pensa que o Maio Amarelo acabou, engana-se. Maio é um mês inteiro de atenção para um ano inteiro de ações. Porque não podemos nos conformar e aceitar que perder tantas vidas no trânsito diariamente seja natural. Se cada um fizer a sua parte (sociedade civil organizada e poder público), nós podemos mudar essa história e salvar milhões de vidas.


Imagens: Reprodução